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Empreendedorismo Feminino

Empreendedorismo Feminino.

Por Antônio Jorlan Soares de Abreu

Mestre em Ciências da Comunicação-UNISINOS

Especialista em Marketing-FAMA e Gestão Pública-UFPI

Administrador-FACIMP /Turismólogo-UFPI

Docente IFMA – Campus Timon

O termo empreendedorismo é amplamente comentado no mundo dos negócios, nos cursos de gestão e em tempos de redes sociais e mídias sociais. Nesse caso, o objetivo discursivo será um processo de diálogo com o tema: “mulheres empreendedoras”. Por isso, quero dedicar-me a esse processo de enfatizar ou melhor seria, dar visibilidade ao público que empreende desde sempre, mas que por motivos diversos foram deixadas para além das bordas.

Por essa razão, precisamos retomar alguns pontos discursivos, que estruturam o empreendedorismo, o qual analisei decorrem de três frentes: necessidade, oportunidade e herança. Cada uma delas com suas variáveis, mas um ponto em comum, a GARRA. Desse modo, trabalhar com sentimentos faz parte do processo empreendedor, pois, tem que tangenciar o pessoal, para conseguir administrar o seu negócio, por isso, o elemento garra é importante, mas administrá-lo é o desafio.

A continuidade discursiva do termo é somada por mais dois termos, que alguns estudiosos denominam de intraempreendedores e empreendedores sociais. Os intraempreendedores, são colaboradores proativos, estão dentro da organização e estão sempre procurando algo para melhorar, uma nova forma de desenvolver suas atividades e ganhar tempo e consequentemente, mais clientes e lucro.

Já os empreendedores sociais, estes procuram promover ações que beneficiem aos menos favorecidos, não estão visando lucro. São os seres humanos que atuam onde a iniciativa privada ou o poder público não estão dando a devida atenção, aqui temos as Organizações Não Governamentais, que bravamente lutam dia a dia para se manterem de pé, sua razão de ser e de existir, é empreender para que a casa de apoio à criança com câncer não feche as portas ou que o futuro possa melhorar, com a redução do desmatamento e com a preservação de mananciais e animais silvestres.

Após as apresentações conceituais sobre o termo empreendedorismo, temos o nosso exemplo discursivo: mulheres empreendedoras, que são nosso ponto de reflexão. Com isso, convido o leitor desse texto a refletir sobre alguns exemplos abaixo, sobre mulheres empreendedoras, que foram colocadas à sombra de seus maridos, irmãos ou pais.

O nosso primeiro exemplo é: Marie Curie (nasceu Maria Salomena), uma polonesa responsável pela descoberta dos elementos químicos Polônio (Po) e Rádio (Ra), foi a primeira mulher a fazer doutorado na França, vencedora de dois prêmios Nobel.

O nosso segundo exemplo é sobre Mileva Einstein, que revelações recentes, apontam ela como grande física e cientista, com notas mais altas que a de seu marido, Albert. Documentos descobertos indicam o não reconhecimento do trabalho desta mulher, que ficou nos bastidores;

Outros exemplos, são de nossa ancestralidade, a qual apresento para a fala de Maria Firmina dos Reis, primeira mulher negra romancista; Esperança Garcia, mulher negra escravizada e considerada a primeira mulher advogada no Brasil, e cadê Dandara dos Palmares, guerreira negra que lutou por liberdade e que preferiu a morte a ter que retornar à condição de escrava.

O que tem de empreendedoras estas mulheres citadas, você pode estar se perguntando. São mulheres que estiveram a frente de seu tempo, que não se renderam a forma de tratamento que lhes foi  imposta, agiram com determinação, estavam sempre insatisfeitas com  aquela forma de comando, procuram inovar, promovendo a liberdade  através das letras e das batalhas travadas em busca de  reconhecimento de seu lugar no mundo. Do respeito merecido, pois inovam por meio da liberdade como luta.  Demonstrando risco calculado, iniciativa, autoconfiança e liderança, características pertinentes de todo empreendedor.

Em um período mais recente não posso deixar de citar, Luiza Helena Trajano, empreendedora brasileira, mulher destaque e a frente de uma holding, Magazine Luiza, considerada uma das maiores redes de varejo no Brasil, o que talvez poucos saibam, é que Luiza não é a fundadora, mas herdeira, o pequeno comércio de venda de lembrancinhas, que pertencia a seus tios (que não tiveram filhos), foi herdado por Luiza, que transformou em uma das maiores do varejo brasileiro.

Faço agora um direcionamento para o show business, a cantora Anitta, é sucesso não somente nos palcos e na música, ela é um conjunto de ações empreendedoras, Anitta deixou de focar somente nas músicas e está presente no ramo de bebidas e é membro do Conselho de Administração do Nubank. Jovem, ousada, cheia de iniciativa e autoconfiança, Larissa de Macedo Machado é referência e sucesso garantido nas marcas que representa e nas apostas que se propõem na vida profissional.

Por fim, direciono-me as mulheres da cidade de Timon no Maranhão, a quarta maior em população do estado, considerada cidade irmã de Teresina, capital do Piauí. Nesta localidade desenvolvi em 2017, com alunos do ensino médio técnico uma pesquisa financiada pelo CNPq e IFMA, onde o objetivo era identificar as mulheres empreendedoras.

Não queríamos somente mulheres na representação física dos empreendimentos, queríamos sua identidade desde a constituição jurídica, sua presença em todos os espaços. Desta feita, a pesquisa percorreu inicialmente em busca de informações, o SEBRAE, o escritório da JUCEMA, a CDL e a Associação Comercial local, até sermos conduzidos para os profissionais contadores da cidade, estes por sua vez nos apontaram as empreendedoras.

A fase seguinte foi realizar uma visita às mulheres empreendedoras, expor a proposta do projeto, efetivar a entrevista e ouvir histórias surpreendentes. O resultado virou um e-book, com selo da Edifma, de livre acesso na Editora IFMA, cujo título é “MULHERES EMPREENDEDORAS: ENTRE O BATOM E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO”, confira!